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Ano 4 - Edição 998 - Fortaleza - Abril de 2014

JM SOCIEDADE,ASTROS & ESTRELAS, SHOWS, OPINIÕES E O INUSITADO.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ARTIGOS, OPINIÕES ,COMENTÁRIOS

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             OS PROTETORES DAS CRIANÇAS NA 


UMBANDA

O DIA DE COSME E DAMIÃO

Os cultos afro-brasileiros, em especial a Umbanda, festeja hoje São Cosme São Damião, os “médicos infantis” e protetores das crianças. Há correntes filosóficas da Umbanda que o chamam de IORY, que significa : Luz do Senhor Deus, expressa nos sorrisos infantis. No Candomblé eles são os Eres, entidades crianças e não estão ligados ao sincretismo com o Santos Católicos Cosme e Damião, que os umbandistas também chama de ibejis.

Simbolizando a pureza infantil esses dois santos, sincretizados como Orixás ( anjos protetores), tem um grande prestígio dentro da Religião Brasileira, a centenária Umbanda ( Conjunto das Leis Divinas), por representar a doçura e pureza do próprio Senhor Deus. Suas oferendas são presentes infantis, doces, bombons ( balas), marias-moles, pirulitos , refrigerante e tudo que é guloseima que as crianças adoram.

Nos terreiros de Umbanda, são tidos como entidade “irresponsáveis”, sem discernimento próprio , como as criança, que precisam ser orientadas e assistidas por entidades mais velhas, como os Pais de Segredo ( Pretos-Velhos) OU Caboclos e índios de maior hierarquia ou falangeiros dos Orixás Maiores.

São eximimos curadores, com seus raminhos de arruda e nas lendas africanas seriam filhos dos Orixás Xangô e Iemanjá ou de Oxalá com Nana, segundo as muitas lendas do Panteão Africano , tão cheio de mistérios e histórias que como em outras teogonias deificam o humano e ou humanizam o divino. São brincalhões, alegres, peraltas, “malinos” mesmo, se não forem controlados pela hierarquia maior da Umbanda.

No Candomblé auxiliam “irradiados” Pais e mães de Santo, chegando a ir aos mercados fazer compras ou ajudar em tarefas domesticas do Barracão. Dia de Cosme Damiãona Umbanda ou Candomblé é dia de festa, der alegria de valoriza as crianças que vivem em todos, ou a criança que um dia fomos. Suas cores na Umbanda são o verde e o rosa bebê.
                                                                                          PAI ORION DE XANGÔ



RELATOS DE OUTRAS CULTURAS e SINCRETISMO

Há relatos que atestam seremCosme e Damião originários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no século III. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio.
Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder".

Exerciam a medicina na Síria, em Egéia e na Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro.

Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma exata como morreram. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma.

Foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.

Há várias versões para suas mortes, mas nenhuma comprovada por documentos históricos. Uma das fontes relata que eram dois irmãos, bons e caridosos, que realizavam milagres e por isso teriam sido amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e de serem inimigos dos deuses romanos.

Segundo outra versão, na primeira tentativa de matá-los, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.

Lendas : Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado.

Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a Orumilá ( O deus da vidência e advinhação dos cultos afros),que o levasse para perto do irmão.

Sensibilizado pelo pedido, Orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.

Mitologia Grega

Na mitologia grega, há muito se cultuava esses santos, havendo registros, desde o século V, quando esse culto já estava estabilizado no Mediterrâneo, de cultos que relatam a existência, em seus cultos, de um óleo santo, atribuído a Cosme e Damião, e que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.

Alguns grupos concentram seus esforços para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã da lenda dos filhos gêmeos de Zeus, Castor e Pólux. Esta versão é combatida por aqueles que acreditam na real existência dos irmãos, embora a superstição que o povo tem muitas vezes faça supor que haja uma adaptação do costume pagão.

As religiões afro-brasileiras

O dia de São Cosme e Damião é celebrado também pelo Candomblé, Batuque, Xangô do Nordeste, Xambá e pelos centros de Umbanda onde são associados aos ibejis, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa "o enfeitado" e Damião, "o popular".(WIKIPÉDIA)

Estas religiões os celebram no dia 27 de setembro, enfeitando seus templos com bandeirolas e alegres desenhos, tendo-se o costume, principalmente no Rio de Janeiro, de dar às crianças que lotam as ruas em busca dos agrados doces e brinquedos. Na Bahia, as pessoas comemoram oferendo caruru, vatapá, doces e pipoca para a vizinhança. (WIKIPÉDIA)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

JM OPINIÃO APRESENTA : ISAAC MORIS



       Acidez Patriota: Que independência?

ISAAC MORIS



Bom dia caros leitores, na data de hoje comemoramos a independência do Brasil, mas uma pergunta inquieta esta véspera e ponho a escrever: 

De que independência estamos falando?

O Brasil tem dado consideráveis avanços em vários campos, principalmente no econômico, onde boa parte da população deixou a classe média baixa “D” e “E” para “C”. Somos ainda um país de terceiro mundo, mas temos muito a crescer e explorar de nossas riquezas.

A fome, a miséria e a corrupção são coisas que ocorrem onde o capitalismo está estabelecido e reconhecendo isso estamos procurando uma forma de combater, valorizando o ensino publico e privado para educar bem nossos “brasileirinhos”.

Nessa balela acredita quem quer. Hoje 7 de setembro vamos analisar bem superficialmente o Brasil e não agradecer por um feriado na semana.

Vendo isso tudo posso imaginar a realidade nua do povo brasileiro. A mídia nos joga todos os dias algo muito pintado sobre o que realmente acontece no nosso país. Só está no poder, só é popular quem a mídia define. O povo brasileiro é um povo sofrido e aguerrido sim, mas alienado de forma escrota por quem detêm o poder.

Quem quer entender que as escolas são sucateadas para em troca abastecer o carro que leva o filho do político corrupto a escola. Esta escola particular por sua vez terá um professor que por ser bem pago dará uma aula de qualidade em uma sala climatizada sendo apoiado pelo material didático bem elaborado que não faltará para este aluno.

Enquanto isso o filho do “seu Zé” do interior de Fortaleza, trabalhador da construção civil acorda às 5 da manhã, pega o transporte pagando o valor inteiro da passagem, chega à escola, as 07h00minh. Entra na sala quente com um ventilador quebrado, senta na cadeira de madeira, abre o livro reciclado dos anos anteriores e presta atenção no professor exausto que está dando aula na terceira escola pública, pois é mal pago.

E tudo que o filho do seu Zé vê na sua frente são coisas que não o ajudarão a entender o porquê da disparidade entre ele, menino da favela, e o menino do outro bairro, nobre.

E sabe o que será mais irônico do fim dessa história? O filho do político corrupto, do dono do capital, do homem influente no mundo econômico ocupara universidades públicas, enquanto o filho do seu Zé arrumará um estágio remunerado (se tiver sorte) e usará todo para pagar a faculdade.

E o FIES? Dívida! PROUNE? Como atingir a meta do PROUNE se ele tem que trabalhar o dia todo e ainda ter ânimo para estudar neste perfil de escola?

Quem vai entender por que o brasileiro tem por obrigatoriedade o voto, e o alistamento? A carreira militar tornou-se um fardo de todo aquele que completa 18 anos, jovens gozando de saúde inventam doenças para não se alistar! Onde está nosso amor a pátria?

Quem vai se perguntar por que o movimento estudantil e o militarismo político se entranharam nessa sacanagem chamada capitalismo e hoje não vemos mais os princípios defendidos pelos grandes lideres revolucionários, comunistas, socialistas.

Essa pregação barata para ludibriar a juventude não passa de uma grande sacanagem política. Apesar de ainda serem os resquícios da nossa movimentação popular. O povo brasileiro não precisa de um partido para defender a educação, para defender benefícios igualitários e principalmente para protestar por este câncer que contraímos chamado corrupção.

Criamos um dia de tudo, um dia para se orgulhar de tudo, o dia do orgulho hétero, gay, o dia do sexo, do amigo, do beijo, do abraço, da masturbação... Não temos músicas que nos últimos quatro anos representem a nossa juventude e o nosso momento histórico.

Somos um povo que não consegue enxergar o que realmente acontece. Soluções sempre são apresentadas, mas nada nunca é feito. Nossas próprias pesquisas tecnológicas não são pertinentemente usadas para a nossa parte em preservar o meio ambiente, mas sim na exploração de petróleo que trará muito mais lucro e muito mais prejuízo ao nosso planeta.

Continuamos atrasados no tempo. Não a nada sendo feito pela mobilização publica para poder mudar essa realidade.

Povo brasileiro me diga quantas dividas você tem para pagar este mês? Quantas delas foram por futilidades? Olhe o quanto foi facilitado para você comprar o que antes era impossível. O povo brasileiro não mudou de classe social, nem de status, ele se endividou! Enquanto isso a valorização da mão de obra do seu Zé continua lá em baixo.

O dia da independência deve ser para nós uma data a se lembrar, pois ela não corresponde a essas incompetências atuais.

Independência, o que fizeram com você?

                                Isaac Morris

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A vida pede passagem...
inclusive no Jornalismo

                           BRUNO DE CASTRO


Tenho apenas quatro anos de redação enquanto jornalista profissional. E passei os quatro anos anteriores aprendendo ou decorando uma enxurrada de teorias na faculdade. Coloco boa parte delas em prática. Acredito nelas. Mas questiono outras. E o faço depois das experiências dos últimos 11 meses.

Lembro claramente. Passava pouco das 14 horas de 18 de outubro do ano passado. Eu acabara de chegar ao jornal. Da chefia, recebi a missão de contar a história da família de um garoto de três anos cuja missão era encontrar um doador de medula óssea para livrá-lo de um tipo grave de anemia. Uma luta em favor da vida.

De pronto, pensei: vou dar de cara uma criança prostrada numa cama e pais destroçados emocionalmente. Ledo engano. Não fosse a limitação física dos membros inferiores imposta pela paralisia cerebral sofrida durante o parto, Kaio Cardoso seria um meninote normal. Daqueles trabalhosos de tão agitado. Quanto à mãe: só sorriso.

Saí do apartamento encucado. Queria saber como uma mulher com o filho no limiar da morte conseguia ser/estar inabalável. O caso ganhou projeção: em 19 de outubro, outra pauta com Kamila e Kaio; no dia seguinte, mais uma. A trama saiu do papel e tomou as televisões.

E foi assim nos meses subsequentes. A proximidade com a família crescia e o jornal dava mais espaço às travessuras do menino desenhista de baleias. Até a última sexta, 2, 11 meses após o primeiro encontro, portanto, escrevi 12 reportagens com o pequeno e aquela mulher. Mas me apareceram outros personagens nesse ínterim. Igualmente intrigantes.

Abner Almeida, 5, Denis Maia, 31, e, por fim, Flávia Avelino, 37, mexeram com o meu brio. O menino levava a leucemia consigo e não teve a mesma sorte de Kaio. Morreu antes de encontrar um doador compatível de medula óssea. O homem está tetraplégico há quase seis anos, mas encontrou no implante de células-tronco a possibilidade de retomar os movimentos. 

Conseguiu ser submetido ao procedimento depois de juntar R$ 50 mil em campanhas e ir à Alemanha. Só espera o corpo reagir. Já a mulher teve a juventude roubada. Aos 20, passou por uma cirurgia de retirada de cartuchos do nariz. Era 1994. Saiu do hospital em coma. Desde então, vegeta numa cama de hospital improvisada na casa dos pais.

A exemplo de Kamila e Kaio, esses outros três – e quem os rodeia - mostraram-se exemplos de esperança e espiritualidade. Posturas erroneamente desvalorizadas por muitos na composição do cenário de uma vida normal. Entretanto, justo a enfermidade deles gera essa noção do quão importante é o não desistir; a vontade de vencer; a fé na cura e na vida. E nós, jornalistas, não podemos deixar isso de lado. Independente da pauta que recebamos no começo do expediente.

Não consigo enxergar no meu ofício uma coisa mecânica, onde o repórter fica no pedestal e recusa contatos mais acalorados. Ou algo desprovido de emoção, sem o profissional verter uma lágrima sequer ou sentir um engasgo na garganta diante de uma condição humana deplorável. Se cabe a ele fazer o mínimo para mudar aquela realidade, que o faça! Ficar inerte à espera da solidariedade alheia é desculpa de comodismo.

Com isso, não defendo promiscuidades na relação com as fontes. Esse é outro departamento. Resguardar-se enquanto comunicador social é obrigação. Sem isso, toda escrita vira letra morta. Minha defesa é por coberturas de maior sensibilidade e menor sensacionalismo. Um status, ao meu ver, alcançável a partir do momento em que o encarregado de contar a história em questão passa a enxergar as pessoas e não apenas vê-las.

A vida pede passagem no Jornalismo também. E Kaio, Abner, Denis e Flávia são provas disso. Dar espaço à agenda positiva nos nossos meios de comunicação é encher o coração de quem está em casa de crença em dias melhores. Uma prerrogativa da qual abrirei mão jamais, por mais sangrento que esteja o noticiário e críticas ao meu modo de perceber o mundo sejam feitas. Afinal...ninguém disse que seria fácil. Dos meus colegas, espero o mesmo. Sempre.

Bruno de Castro - Jornalista, assessor de imprensa da Assembleia Legislativa do Ceará, repórter do Núcleo Cotidiano do jornal O POVO e vencedor do Prêmio Gandhi de Comunicação 2010.
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          Resgate do decoro

         parlamentar de três

           democratas éticos


        Messias Pontes
 
Em comemoração ao Dia Municipal da Anistia, a Câmara Municipal de Fortaleza, por iniciativa dos vereadores Eliana Gomes (PCdoB), presidenta da Comissão de Direitos Humanos, e Acrísio Sena (PT), presidente do Poder Legislativo, realizou na noite da última segunda-feira, 29, uma sessão solene histórica, resgatando o decoro parlamentar de três vereadores injustamente cassados após o golpe militar de 1º de abril de 1964: Luciano Barreira (in memoriam), Manoel Aguiar de Arruda e Tarcísio Leitão de Carvalho.

Os três receberam um diploma simbólico pela atuação como vereador de Fortaleza durante a 5º Legislatura (1963-1967), restaurando-lhes, com honra, o decoro parlamentar. O senador Inácio Arruda (PCdoB), ao falar para o plenário completamente lotado, declarou que vai apresentar no Senado propositura semelhante, resgatando simbolicamente o mandato dos senadores injustamente cassados pela ditadura.

Entidades e personalidades comprometidas com a conquista da anistia política foram homenageadas com a Medalha Wanda Sidou, advogada de presos políticos durante a ditadura militar: o advogado Pádua Barroso- também defensor de presos políticos -,  os ex-deputados federais do antigo MDB, Paes de Andrade e Iranildo Pereira, Dom Antonio Batista Fragoso (in memoriam), a Comissão Nacional de Anistia do Ministério da Justiça, a Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou, o Instituto Frei Tito de Alencar e a Associação 64/68 Anistia-Ceará.

Todos os oradores foram unânimes em afirmar que a luta pela anistia ampla, geral e irrestrita não terminou, já que os agentes do Estado que cometeram crimes de lesa-humanidade, como a tortura, continuam impunes, sendo promovidos e até ocupando cargos públicos. Por isso foi unânime a posição de irrestrito apoio à Comissão da Verdade, da Memória e da Justiça a ser votada pelo Congresso Nacional.

A velha mídia conservadora, venal e golpista e setores reacionários dos militares têm se posicionado contra a Comissão da Verdade, com afirmações falaciosas de que não se deve mexer no passado porque a Lei da Anistia de 1979 anistiou também os civis e militares que cometeram crimes de seqüestro, tortura, morte, ocultação de corpos e sumiço de documentos oficiais.

A consciência democrática nacional – e internacional – exige o esclarecimento das prisões, seqüestros, torturas e morte de milhares de democratas brasileiros; quer saber em que circunstâncias ocorreram, quem executou esses crimes, quem os ordenou, quando, como e onde; quer também o aparecimento dos corpos de mais de 150 democratas para que suas famílias possam dar-lhes uma sepultura digna como ocorre em todo o mundo; e quer sobretudo que todos os criminosos civis e militares sejam julgados pela Justiça e devidamente punidos pelos crimes cometidos.

A História verdadeira deve constar dos compêndios escolares para que os erros e crimes do passado não sejam repetidos no futuro. É consenso que a história ensinada nos quartéis, nos Colégios Militares e Academias superiores das três Armas está totalmente divorciada da realidade, já que apresenta o ex-presidente João Belchior Marques Goulart (Jango) como um governante perdulário, corrupto e comunista, quando na realidade Jango era um democrata, trabalhista e patriota.

Ali também se ensina que o presidente João Goulart foi derrubado por uma revolução democrática no dia 31 de março de 1964. Aí encerram-se três mentiras: não houve revolução, o golpe não foi democrático e não foi em 31 de março, mas sim em 1º de abril, dia da mentira.

Estamos comemorando os 50 anos da memorável Campanha da Legalidade, comandada pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola, para garantir a posse de João Goulart na presidência da República com a renúncia do presidente Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961. No entanto essa gloriosa página da história pátria é completamente deturpada.

Os compêndios de história das instituições de ensino militar devem ir pro museu para que as atuais e futuras gerações saibam que tudo o que ali está é uma agressão criminosa à verdade e à memória. Os criminosos foram transformados em heróis e os verdadeiros democratas e patriotas foram apresentados como vilões.

Milhares de militares de todas as patentes e das três Armas que defendiam o respeito à Constituição da República, e portanto contra o golpe militar de 1º de abril de 1964, foram perseguidos, expulsos e até mortos. Esta realidade é omitida e deturpada pelas viúvas da ditadura militar, discípulos do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels, que pretendem perpetuar a mentira histórica.

Mais do que nunca a sociedade brasileira, através das suas entidades representativas, e em especial os seus movimentos sociais, deve exigir do Congresso Nacional a aprovação da Comissão da Verdade, da Memória e da Justiça para que a verdade seja resgatada, a memória preservada e a justiça seja feita.

Messias Pontes é Jornalista - messiaspontes@gmail.com
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                    MONOTONIA DA VIDA


      Antero Coelho Neto

Quando estudamos os estilos de vida de diferentes pessoas, grupos e populações verificamos, com frequência, que muitos tentam evitar a monotonia da repetição dos acontecimentos e necessidades diárias da vida buscando transformações. E aí, muitas vezes, está o perigo de mudar para algo prejudicial ou que não esteja de acordo com os limites de suas necessidades.

E mais, outros procuram variações das quantidades com a intenção de adquirir satisfação de viver. Como exemplo, um dos grandes problemas atuais é o aumento acentuado da obesidade em todas as classes sociais. E temos o enorme desafio da obesidade nos idosos alem das várias doenças próprias da idade. A monotonia da vida é cantada em prosa e verso há anos. 

Fernando Pessoa já dizia: “Em sua essência, a vida é monótona. A felicidade consiste pois numa adaptação razoavelmente exata à monotonia da vida”.

Para mim é uma ocorrência muito difícil da vida. Como muitos, gostaria de ter tempo para realizar meus planos. Constitui um preço alto que pagamos para viver. Mas as nossas grandes “inimigas” são as necessidades fisiológicas. As psicológicas, sociais, financeiras, religiosas e profissionais, quando bem mobilizadas e utilizadas, são as que nos causam satisfação de viver e felicidade.

Certo também que, quando não bem trabalhadas, levam aos possíveis problemas da monotonia da vida com diferentes tipos de doenças, estresses, depressões, psicoses, etc, além do tempo perdido de vida. Falando das necessidades fisiológicas e de suas duas causas fundamentais de “perdas de tempo”, a alimentação e o sono, temos a certeza da indicação de fazer alguma coisa para diminuir ou mesmo evitar essas necessidades. Sabemos também que isto não é fácil de fazer.

Calculei usar de 10 a 14 horas para o café da manhã, lanches, almoço, jantar e sono. E, para almoçar, ainda tenho de perder tempo me vestindo e indo para um self service perto de casa ou restaurante.Pode se transformar numa desgastante monotonia se não manejarmos bem os elementos envolvidos! Tomo então a minha gostosa taça de vinho tinto e procuro degustar algo que seja saboroso e tenha as necessárias características de nutrição saudável e suficiente, como tem me ensinado minha filha nutricionista.

Estes momentos podem ser extremamente agradáveis e de grande satisfação. O difícil, mais uma vez, é ter a capacidade de manter o equilíbrio entre necessidade e prazer. 

Tenho recebido notícias de organizações importantes de qualidade de vida e de longevidade saudável que alguns centros de pesquisas estão trabalhando na elaboração sintética de alimentos, com calorias, componentes químicos necessários, reagentes e produtos indispensáveis à vida e concentrados em pequenas cápsulas ou soluções.

E mais, promovendo sensações de sabor e de bem-estar prolongado. E aí me vem a preocupação do poder da indústria farmacêutica vendendo alimentação “barata e rápida”. Já pensaram no que poderá acontecer? 

Outros pesquisam a função hormonal e sonífera da glândula Pineal, com a possibilidade de obter material suficiente para as chamadas “pílulas do antisono” sem causar qualquer problema em nossa fisiologia, o que tem sido muito difícil. Muitos que necessitam ou querem tempo para trabalhar ou gozar a vida nas festas, comendo e bebendo, vão querer. Com certeza.

Antero Coelho Neto - Professor e Presidente da Academia Cearense de Medicina. acoelho@secrel.com.br
  

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

JM OPINIÃO



Não ao pessimismo 

 Pe. Geovane Saraiva

Neste mundo conturbado em que vivemos, quando o Ter nos é apresentado como algo supremo e absoluto, em detrimento do Ser, que é colocado em segundo plano, o que devemos fazer? É preciso que tenhamos um olhar de sabedoria, profundo e, ao mesmo tempo paciente, para com o mundo em que a pessoa humana está inserida. José Saramago, ao ser acusado de pessimista, respondeu: “Eu não sou pessimista. O mundo é que é péssimo”.

Para todos aqueles que desejam ardentemente viver a sua fé, no seguimento de Jesus de Nazaré, urge pensar e refletir sobre sua própria vocação, no sentido mais amplo da antropologia cristã: ser pessoas otimistas, num mundo extremamente marcado pelo pessimismo, com o compromisso de edificá-lo, através da fé que professam, numa dinâmica, sempre projetada para o futuro, num desejo de ajudar a perceber o momento presente, nos sinais de esperança e otimismo.

Francisco de Assis, no seu otimismo e no seu relacionamento íntimo com Deus e com suas criaturas, rendia graças ao bom Deus deste modo: “Tu és o santo Senhor e Deus único, que operas maravilhas. Tu és forte; tu és grande; tu és o altíssimo. Tu és o rei onipotente, santo pai, rei do céu e da terra; tu és o trino e o uno, Senhor e Deus, o bem universal; tu és o bem, todo bem, o sumo bem, Senhor e Deus, vivo e verdadeiro. Tu és a delícia do amor; tu és a sabedoria; tu és a humildade; tu és a paciência; tu és a segurança; tu és o descanso; tu és a alegria e o júbilo; tu és a justiça e a temperança; tu és a plenitude da riqueza; tu és a beleza; tu és a mansidão; tu és o protetor; tu és o guarda e o defensor; tu és a fortaleza; tu és o alívio; tu és nossa esperança; tu és nossa fé. Tu és nossa eterna vida, ó grande e maravilhoso Deus, Senhor onipotente, misericordioso redentor”.

Olhando para a vida desse homem marcado profundamente pela graça de Deus, supliquemos para que a nossa vida aqui na terra seja uma bela caminhada, que podemos chamar de êxodo rumo à eternidade. Por causa da eternidade, que já experimentamos aqui, de algum modo, Deus exige algo de cada batizado, numa palavra, a ser sinal de contradição.

Como tão bem disse Dom Aloísio Lorscheider na sua Carta Pastoral de oito de dezembro de 1989: “O Reino de Deus não se constrói sem sacrifício, sem renúncia a si mesmo, sem aceitação da cruz. Celebrar é recordar aqui e agora o que Deus realizou no passado da história da salvação, tornando vivo e presente todo esse passado e projetando-o ativamente para o futuro”.

O exemplo mesmo vem do Filho de Deus, na profecia do velho Simeão, que se realizou na realidade e cultura de seu tempo, resgatando a esperança e trazendo otimismo para a humanidade, ao colocar o menino nos braços e dizer: Este menino será sinal de contradição (cf. Lc 2, 33-35). Embora ele assumisse em tudo a condição humana, menos o pecado, causou escândalos e conflitos, além de questionar os donos poder, ao mesmo tempo em que defendeu os marginalizados e excluídos. Por fim recebeu o preço de sua missão: a morte de cruz.

No alto da montanha, Jesus Cristo, antes da sua paixão, com Moisés e Elias revelou o esplendor de sua face amiga, dizendo-nos que haveremos de nos transfigurar, na seguinte afirmação: “Nós somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o Salvador, o Senhor, Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso” (Fl 3, 20-21).

Guardemos no íntimo do coração a mensagem de otimismo e esperança, deixada por Dom Helder Câmara, o artesão da paz e cidadão do mundo, ao falar com paixão que Deus é amor: “Fomos nós, as tuas criaturas que inventamos teu nome!? O nome não é, não deve ser um rótulo colado sobre as pessoas e sobre as coisas... O nome vem de dentro das coisas e pessoas, e não deve ser falso... Tem que exprimir o mais íntimo do íntimo, a própria razão de ser e existir da coisa ou da pessoa nomeada... Teu nome é e só podia ser amor”.

PE GEOVANE SARAIVA, PÁROCO DE SANTO AFONSO 


Redes sociais são redes políticas 

                              ALBERTO PERDIGÃO


Fiquei estupefato ao ouvir de um político, não faz muito tempo, a seguinte afirmação: Não gosto de Twitter, Facebook, e acho até um charme quem não usa essas redes sociais. A minha admiração não estava no gosto exótico pela estética de quem abdica de trocar informações rápidas ou de se relacionar de forma não presencial, afinal isso é algo pessoal e eu sequer entendo do que seria, talvez, uma antimoda.

O que mais me embasbacou no caso foi o fato de que aquela impressão vir de um político com mandato, que não era de muita idade ou de uma cidade isolada do interior, que não era de pouca escolaridade ou de baixo poder de compra e, ao contrário do que poderia parecer, que até já convivia com computador conectado à internet, há pelo menos dez anos.

E deixou-me admirado também o fato de aquele ator político, no exercício de um cargo público, repito, não perceber que usar as redes sociais, mais que uma obrigação legal ou moral de publicização institucional, pode ser uma oportunidade de praticar a comunicação pública e de usufruir das conexões e dos diálogos da novíssima esfera pública chamada blogosfera.

Aquele episódio fértil de significados me levou a três reflexões que agora compartilho, tentando contribuir com velhas e novas discussões sobre a tensão que se estabelece entre o ciberespaço que se tem e a ciberdemocracia que se quer. Entre a comunicação pública possível e a comunicação pública devida por gestores, parlamentares, membros da Justiça e do Ministério Público.

O primeiro ponto é que o avanço tecnológico caminha num ritmo e o avanço político caminha noutro, muito mais lento, rumo a valores como à cidadania ativa e à democracia participativa. Parece ser um descompasso que se repete na história, provavelmente seja também um fenômeno que se fundamenta na conveniência de quem não quer fazer circular a informação e o poder.

Quando pensamos em colocar serviços de e-mails do tipo fale conosco nos sites dos governos, braços operativos do Estado, por exemplo, a sociedade já está se comunicando por kype.

Quando pensamos em criar blogs para políticos com ou sem mandato, os cidadãos eleitores já estão dialogando não a 100 por hora, como dizíamos analogicamente, mas a 1 milhão de dados de texto, imagem ou voz por segundo nas redes sociais.

Este cenário que empaca o diálogo e impacta a novíssima esfera pública é visto mais claramente nas cidades mais pobres dos países mais pobres, não obstante a disponibilidade e a usabilidade cada dia mais favoráveis das tecnologias da informação e comunicação, não obstante serem aquelas regiões as mais necessitadas de comunicação pública eficiente e de governança eficaz.

O segundo ponto que proponho refletir é que não há, na grande maioria das cidades brasileiras, políticas públicas de comunicação pública que estimulem a problematização, o conflito de argumentos, as deliberações públicas, e que também estabeleçam canais de expressão das opiniões e vontades desta esfera pública para governos, parlamentos, tribunais e ministérios públicos.

Este política pública que defendo deveria representar o interesse coletivo a tal ponto que se regulamentasse a obrigatoriedade do uso institucional de mídias sociais pelos ocupantes de mandatos no Executivo ou Legislativo, além de ministros de tribunais superiores, desembargadores e procuradores dos ministério públicos.

O terceiro ponto remete à necessidade de que certos agentes públicos também postem, ou postem-se, na novíssima esfera pública. Refiro-me a controladores, ouvidores e mesmo os chefes de polícia, diretores de escola, autoridades do transporte e do trânsito. Não basta a inclusão digital do servidor, é preciso promover a sua inclusão política, no sentido republicano da expressão.

Na prática, saber onde o tráfego está cortado ou as alternativas de condução para um grande evento é um direito a que se pode ter acesso pelo seu computador ou telefone móvel. Nada mais elementar que receber no Facebook as notas do seu filho ou, na via inversa, tuitar a presença de um suspeito na porta da sua casa. E que tal denunciar destratos ou corrupção num órgão público?

Quando governos, parlamentos, tribunais e ministérios públicos percebem que as redes sociais são uma rede política, fica mais rápido, mais fácil, mais barato e mais eficaz saber onde o cidadão quer a presença do Estado e a ação dos poderes públicos. E resulta mais difícil ao agente público-político esconder-se atrás da tecnocracia, que impede direitos, e da burocracia, que afasta os legítimos donos do poder.

Alberto Perdigão - – jornalista, mestre em Políticas Públicas e Sociedade


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Golpistas devem ir
pro lixo da história

Messias Pontes
Com a passagem da Caravana Direitos Humanos pelo Brasil, por Fortaleza, no dia 18 de agosto, comandada pela ministra Maria do Rosário, todas as entidades que lidam com os direitos humanos foram mobilizadas e participaram dos eventos realizados no Palácio da Abolição e na Assembleia Legislativa, onde foi lançado o Comitê pró Comissão da Memória, da Verdade e da Justiça.

O Ceará foi o primeiro estado a receber a Caravana, fato destacado tanto pela Ministra como pelo governador Cid Gomes, que emprestou total apoio, comprometendo-se a enfrentar as mais diversas violações aos direitos humanos e fortalecer políticas nessa área. Várias entidades e personalidades foram homenageadas. Pra variar, a prefeita Luizianne Lins não compareceu ao Palácio da Abolição e nem à Assembléia Legislativa onde presidiu a Comissão de Direitos Humanos.

A passagem da Caravana por Fortaleza motivou diversas entidades a questionarem a permanência de homenagens oficiais a golpistas e torturadores, destacando-se a Associação 64/68 Anistia-Ceará e o Instituto Frei Tito de Alencar. Para essas entidades é inconcebível que golpistas e torturadores sejam nomes de ruas, avenidas, colégios e de equipamentos públicos.

É inconcebível que o Palácio da Abolição, que abriga a sede do governo estadual, tenha um memorial em homenagem ao Marechal Castelo Branco, primeiro ditador pós-golpe de Estado de 1º de abril de 1964. Castelo Branco também é nome de Avenida (Leste-Oeste), de colégio estadual e até de auditório da Universidade Federal do Ceará, cujo campus do Benfica foi uma trincheira de lutas contra a ditadura militar e que teve vários professores, funcionários e alunos punidos, alguns até com a morte, como é o caso de Bérgson Gurjão Farias.

Castelo Branco traiu a confiança do presidente João Goulart, que o indicou para o comando do IV Exército, sediado em Recife, hoje Comando Militar do Nordeste. Além de trair o Presidente da República constitucionalmente eleito, Castelo Branco rasgou a Constituição Federal de 1946 que jurou defender e aceitou ser o primeiro ditador. Ao assumir a Presidência da República, ele garantiu que somente cumpriria o restante do mandato do presidente João Goulart e em seguida entregaria o poder aos civis. No entanto não cumpriu a apropria palavra.

O general Garrastazu Médici, talvez o mais sanguinários dos ditadores, também é nome de colégio e Centro Social Urbano. Até o torturador Laudelino Coelho, ex-diretor da Polícia Federal, é nome de rua no bairro de Fátima onde se situa o prédio do Departamento de Polícia Federal.

O período da ditadura militar – 1º de abril de 1964 a 15 de março de 1985 – representou a terceira grande tragédia vivida pelos brasileiros (as anteriores foram  os quase quatro séculos de escravidão e a ditadura do Estado Novo). A serviço das oligarquias, do latifúndio e do imperialismo norte-americano, os setores mais reacionários das Forças Armadas, com o apoio da velha mídia conservadora, venal e golpista depuseram o presidente constitucionalmente eleito sob a alegação de corrupção e do perigo da implantação de uma república sindicalista. O comando de toda a trama antidemocrática e antipatriótica foi do embaixador ianque em Brasília,  Lincoln Gordon.

O golpe militar deveria ter sido dado exatamente há 57 anos, mas foi abortado porque o presidente Getúlio Vargas, no dia 24 de agosto de 1954 deu um tiro no peito em resposta aos brigadeiros golpistas que, dois dias antes, no Clube da Aeronáutica, exigiram a sua renúncia. “Só saiu daqui morto”, enfatizou o presidente da República.

Os militares golpistas tentaram ainda impedir a posse de João Goulart após a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961. Portanto, toda a alegativa para o golpe de 1º de abril de 1964 é pura hipocrisia. E o golpe atingiu não só os civis, mas milhares de militares das três Armas e de todas as patentes.

Muitos, como o capitão Carlos Lamarca, partiram para a resistência armada à ditadura impopular e impatriótica.
No sábado, 20, à noite, ao som do Tenorinho, músico popular brasileiro seqüestrado e morto em Buenos Aires, em 1976, como parte do Plano Condor, cinco dezenas de pessoas, com o apoio da Associação 64/68 Anistia-Ceará e do Instituto Frei Tito de Alencar, protestaram em frente ao Palácio da Abolição pela persistência de monumentos da época da ditadura em espaços públicos, como o mausoléu do ditador Castelo Branco.

O lugar de todos os golpistas e torturadores é na lata do lixo da história.

Messias Pontes é Jornalista – messiasponte@gmail.com


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Monotonia da vida
Antero Coelho Neto


Quando estudamos os estilos de vida de diferentes pessoas, grupos e populações verificamos, com frequência, que muitos tentam evitar a monotonia da repetição dos acontecimentos e necessidades diárias da vida buscando transformações. E aí, muitas vezes, está o perigo de mudar para algo prejudicial ou que não esteja de acordo com os limites de suas necessidades.

E mais, outros procuram variações das quantidades com a intenção de adquirir satisfação de viver. Como exemplo, um dos grandes problemas atuais é o aumento acentuado da obesidade em todas as classes sociais. E temos o enorme desafio da obesidade nos idosos alem das várias doenças próprias da idade. A monotonia da vida é cantada em prosa e verso há anos. Fernando Pessoa já dizia: “Em sua essência, a vida é monótona. A felicidade consiste pois numa adaptação razoavelmente exata à monotonia da vida”.

Para mim é uma ocorrência muito difícil da vida. Como muitos, gostaria de ter tempo para realizar meus planos. Constitui um preço alto que pagamos para viver. Mas as nossas grandes “inimigas” são as necessidades fisiológicas. As psicológicas, sociais, financeiras, religiosas e profissionais, quando bem mobilizadas e utilizadas, são as que nos causam satisfação de viver e felicidade.

Certo também que, quando não bem trabalhadas, levam aos possíveis problemas da monotonia da vida com diferentes tipos de doenças, 
estresses, depressões, psicoses, etc, além do tempo perdido de vida. Falando das necessidades fisiológicas e de suas duas causas fundamentais de “perdas de tempo”, a alimentação e o sono, temos a certeza da indicação de fazer alguma coisa para diminuir ou mesmo evitar essas necessidades. Sabemos também que isto não é fácil de fazer.

Calculei usar de 10 a 14 horas para o café da manhã, lanches, almoço, jantar e sono. E, para almoçar, ainda tenho de perder tempo me vestindo e indo para um self service perto de casa ou restaurante.Pode se transformar numa desgastante monotonia se não manejarmos bem os elementos envolvidos! Tomo então a minha gostosa taça de vinho tinto e procuro degustar algo que seja saboroso e tenha as necessárias características de nutrição saudável e suficiente, como tem me ensinado minha filha nutricionista.

Estes momentos podem ser extremamente agradáveis e de grande satisfação. O difícil, mais uma vez, é ter a capacidade de manter o equilíbrio entre necessidade e prazer. Tenho recebido notícias de organizações importantes de qualidade de vida e de longevidade saudável que alguns centros de pesquisas estão trabalhando na elaboração sintética de alimentos, com calorias, componentes químicos necessários, reagentes e produtos indispensáveis à vida e concentrados em pequenas cápsulas ou soluções.

E mais, promovendo sensações de sabor e de bem-estar prolongado. E aí me vem a preocupação do poder da indústria farmacêutica vendendo alimentação “barata e rápida”. Já pensaram no que poderá acontecer? Outros pesquisam a função hormonal e sonífera da glândula Pineal, com a possibilidade de obter material suficiente para as chamadas “pílulas do antisono” sem causar qualquer problema em nossa fisiologia, o que tem sido muito difícil. Muitos que necessitam ou querem tempo para trabalhar ou gozar a vida nas festas, comendo e bebendo, vão querer. Com certeza.

Antero Coelho Neto - Professor e Presidente da Academia Cearense de Medicina acoelho@secrel.com.br


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