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Ano 4 - Edição 998 - Fortaleza - Abril de 2014

JM SOCIEDADE,ASTROS & ESTRELAS, SHOWS, OPINIÕES E O INUSITADO.

domingo, 27 de março de 2011

JM OPINIÃO


Cultura da paz 
 Marcelo Uchoa

Impossível não se chocar com os fatos havidos no último 7 de abril, dia em que o Brasil viu suas crianças serem assassinadas dentro de uma escola. Dor à parte, a menos que se queira que fatos similares voltem a acontecer, não se pode furtar de discutir acerca do porquê da ocorrência de atitudes tão insanas e violentas.

 Em termos gerais, o que se observa é uma postura cada vez mais complacente da sociedade com o isolamento humano, subsistindo uma verdadeira cultura da acomodação em entender como natural a hipótese de alguém recolher-se no seu próprio mundo, ignorando toda uma cadeia de relações sociais ao seu redor. 

Em resumo, uma tolerância com o suicídio desde que alcance, unicamente, o suicida. Valores como solidariedade, afeto, compaixão, carinho são cada vez mais raros no agir cotidiano, vulnerados que são por uma lógica de competitividade humana e de restrição excessiva do ócio socializante.

Por isso, o fato de alguém sofrer, comportar-se ou agir de modo estranho não atinge a mais ninguém, a menos que esse sofrimento repercuta numa afronta social, o que fatidicamente se deu em Realengo. 

Paralelamente a isso ainda caminha junta a tolerância com a banalização da violência, que explode na mídia especulativa, estimulando o uso da força na resolução conflitiva, tornando a vida um valor meramente descartável.

É errado dizer que Realengo aconteceu por ausência de segurança na escola. Naquele episódio em específico o que faltou foi cuidado com a pessoa humana. Ao longo dos anos, o homicida foi se convertendo em monstro sob os olhares de toda comunidade. 

O que poderia ter sido evitado não foi por culpa do egoísmo humano que impede que mãos sejam estendidas. Mais do que nunca há de se compreender a necessidade de cultivar-se uma educação erigida sobre as bases do amor, pois só um operar fraterno, generoso e solidário conduzirá ao encontro da paz. 

A propósito, não é justo dizer que o violento ato tem relação com uma atitude fundamentalista religiosa, pois o valor do bem é um princípio comum a todas as crenças.

Marcelo Uchôa é coordenador estadual de Direitos Humanos - marcelo.uchoa@gabgov.ce.gov.br


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Cinema de conforto e paz 
Sidney Girão

Segundo a Wikipédia, transcendental é tudo aquilo que ultrapassa a explicação da lógica formal e o formalismo da ciência. Para mim, transcendental vai muito além da matéria, diz respeito a espiritualidade dos indivíduos.

O tema transcendental é rico de experiências e relatos que afetam o cotidiano e mexem com os paradigmas e crenças do imaginário popular. Expresso na literatura, no teatro e no cinema, o tema desperta curiosidade e instiga o homem a pensar.

Acredito que a civilização busca e anseia por meios de se conectar, vivenciar momentos e sentimentos de conforto, tranquilidade, harmonia e bem estar. Ainda que sejam pequenos intervalos de refúgio e que possam aliviar temporariamente as angústias do cotidiano. O cinema é uma das grandes ferramentas que proporcionam esses momentos.

Os filmes Bezerra de Menezes – O Diário de Um Espírito, Chico Xavier de Daniel Filho e Nosso Lar são exemplos da aceitação do público por esse tipo de trabalho, pois somados foram assistidos por mais de oito milhões de expectadores.

No dia primeiro de abril desse ano, lançaremos em aproximadamente 400 salas de cinema mais um filme transcendental, As Mães de Chico Xavier, que é baseado em fatos reais e conta a história de três mães, vivendo momentos distintos de suas vidas e que veem sua realidade se transformar repentinamente.

Ruth (Via Negromonte), cujo filho jovem enfrenta problemas com drogas; Elisa (Vanessa Gerbelli), que tenta superar com o marido a perda do filho, o pequeno Theo (Gabriel Pontes); e Lara (Tainá Muller), uma professora que enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada.

Suas histórias se cruzam quando elas recebem conforto e reencontram a esperança de vida através do contato mantido com Chico Xavier. É um filme que deixa uma mensagem de esperança, paz, fé e amor.

As Mães de Chico Xavier conta com grande Elenco Nacional. Atores como Nelson Xavier, Caio Blat, Tainá Muller, Vanessa Gerbelli, Via Negromonte, Herson Capri, Daniel Dias, Gustavo Falcão, Joelson Medeiros, Neuza Borges, Paulo Goulart Filho, Cristiane Góis, Fernanda Mota, Cristina Viana, entre outros e importantes atores locais.

Além das mensagens citadas acima e de ser um excelente entretenimento, o filme gera empregabilidade, movimenta e estimula a economia local. O investimento em uma produção deste porte é uma ótima oportunidade para reforçar as políticas de desenvolvimento econômico e de trabalho.

Sidney Girão é Diretor da Estação Luz Filmes - (fone: 85 3260 5140)



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Tempo não é dinheiro! 
Tempo é vida!

Shandra Aguiar

 Até a morte, tudo é vida (Cervantes) 

Quando pensamos no tempo pensamos como algo que utilizamos para o trabalho, algo necessário para se “ganhar a vida”. Mas porque pensamos assim? Simplesmente porque há muitos e muitos anos foi adotada a fórmula de que “tempo é dinheiro” e instituiu-se um modo de vida moldado na troca do tempo dedicado ao emprego, na realização de algo, por dinheiro.  

A divisão do trabalho e a apropriação social do seu resultado, girando em torno do emprego, levam aquilo que Karl Marx chamou de “alienação do trabalho”: os três conceitos se confundem. Tempo, trabalho e dinheiro. Esses três conceitos parecem ser três aspectos de uma mesma realidade.

O tempo do trabalho é visto como o tempo que se vende, e não como parte da vida livre, e o trabalho é visto como um encargo necessário e não uma contribuição espontânea, como algo que acrescente uma atitude que mude algo em nossa vida.

 A falta de tempo é um drama na atualidade porque as pessoas vão deixando de pertencer a si mesmas e vão se transformando em escravas de muitos compromissos.

A já tão conhecida máxima americana que diz que “Tempo é dinheiro” transformou-se num preconceito que dificulta a solução do problema da falta de tempo que aflige tantos seres humanos. 

Na verdade, a realização do sonho de liberdade individual do ser humano deveria, hoje, começar por aí: liberar-se da escravidão imposta por compromissos e pela má administração da vida.

Existem muitos fatores que levam à perda de tempo; um, no entanto, é o principal: perde-se tempo quando não se pensa, quando se age mecânica e rotineiramente seguindo os pensamentos e idéias pensadas por outras pessoas. 

A função de pensar, entorpecida que tem sido por preconceitos, crenças e idéias retrógradas, deve ser ativada em função de um grande objetivo que norteie a vida do ser humano.

De posse dessas informações podemos perguntar que diferença podemos notar nos três conceitos: tempo, dinheiro e trabalho?

Tempo, dinheiro e trabalho são conceitos distintos. Tempo é vida, dinheiro é reserva de valor ou um meio de troca, e o trabalho é esforço para gerar valor. As ações se dão no tempo, mas não podem ser remuneradas em dinheiro, porque sua maior recompensa é o próprio valor que geram.

Alienação do trabalho é pensar que sua finalidade é destinada apenas a remuneração do esforço e não a geração de valor. A utilidade social da pessoa é o seu maior valor, e o dinheiro é uma expressão deste valor acumulado, é um reconhecimento.  A expressão “tempo é dinheiro” dramatiza a importância do tempo. 

Não desperdice tempo, você está desperdiçando dinheiro. Somos ensinados a dar mais valor para o que recebemos, do que ao tempo que dedicamos a executar tais ações. A criança que brinca, é mandada para a escola para aprender uma profissão para depois conseguir um emprego, ganhar dinheiro e com ele poder enfim “brincar”.

O mito do ócio é cultuado como um ideal de vida, mas o trabalho é o caminho para atingi-lo. Trabalha-se durante a semana para “viver” no fim de semana. Trabalha-se um ano para gozar a vida nas férias. Depois de “ganhar a vida” vendendo horas de seu trabalho, o empregado visualiza a aposentadoria como um éden de ócio, sem nada para fazer.

Um grande engano é pensar que o tempo é uma coisa, algo que se possa ter ou que nos falte. Viver é fazer as escolhas, e, portanto administrar o tempo é eleger prioridades. Escolher algo implica abrir mão de outras opções. 

E, se esta escolha for consciente e responsável, o valor de tudo aquilo de que se abre mão, se transfere para aquilo que se escolheu fazer. É um ato de potência, de transferência de valor. O erro é fazer algo lamentando o que se deixa de fazer.

Tempo não é dinheiro. Conseguir dinheiro é que é uma questão de tempo. Mais uma vez afirmamos que tempo é vida. E o valor da vida não tem preço. Meu tempo é minha vida. Administrar bem o tempo é viver bem, é  ter qualidade de vida.

De fato, todo o tempo da vida é um tempo livre cujo sentido, significado e finalidade são dados pela própria pessoa. Não se trata apenas de “matar o tempo” no ócio, mas de fazer algo que responda as necessidades de realização.  

A vida livre é mais rica justamente no trabalho. Não no trabalho alienado em que se troca o tempo pelo dinheiro, mas no trabalho que dá sentido, que enobrece a alma e gratifica, o trabalho que desenvolve potencialidades e estabelece vínculos afetivos

Administrar bem o tempo significa acumulá-lo dentro de si; ser consciente daquilo que se viveu e ter um plano para a vida futura. Ter um domínio sobre si mesmo e um objetivo definido para a vida que se está vivendo; todos os nossos atos e pensamentos impregnados por um grande objetivo que contemple o aperfeiçoamento individual e coletivo da espécie humana. 

Significa, antes de tudo, encarar a vida como um grande campo experimental de aprendizado e realização. Tempo é vida e pode ampliar-se indefinidamente independente do monótono movimento dos ponteiros do relógio.

Segundo Oliver W. Holmes, “Uma das coisas mais importantes na vida não é saber onde estamos, mas em que direção estamos indo”. Tem que haver um objetivo definido e determinação para percorrermos o caminho escolhido, superando os obstáculos que com toda certeza surgirão pela frente.

De acordo ainda com Benjamin Franklin, “Amar a vida é amar o tempo. Tempo é aquilo do que a vida é feita”. Portanto, tempo não é dinheiro, é vida com felicidade, com qualidade. Agora, com o tempo pode-se ganhar dinheiro, mas com o dinheiro não se compra tempo e nem sempre se garante a felicidade.

 E a administração do tempo é somente uma questão de planejamento, de definição de prioridades.

Mas para definir prioridades, é primordial sabermos o que é importante para nós, tendo em vista que o senso de urgência, movido pelas emoções e reações das pessoas, está sempre presente nas nossas vidas, consumindo o nosso tempo. 

O que é urgente nem sempre é importante, mas por uma questão de incapacidade de definição de prioridades, de valores, muitas atividades que são realizadas com tanta urgência não afetariam em nada as nossas vidas se não fossem executadas. 

Sendo assim, temos que nos conscientizar de que a importância está no valor que atribuímos às coisas e não no prazo de execução, o qual mal administrado culmina com o corre-corre desenfreado e no estresse diário, tão comum hoje em dia.

 Shandra Aguiar é Coordenadora do Nucleo de Educação do Consumidor da Universidade Federal do Ceará - Contato: 3366 9474



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Liderança cidadã 
Roberto Macedo 


Ao longo da minha vida sempre considerei importante e procurei abraçar causas que mais condizem com o meu jeito de ser e com a minha formação. Movido pelo sentimento de que cada um pode agir dentro do seu meio, tenho procurado dar minha contribuição nas áreas social, ambiental e empresarial. 

Faço isso com a convicção de que para existir uma sociedade plena é necessário que haja uma consciência e o desprendimento de cada um para sair do seu casulo, do seu egoísmo e deixar de encarar os problemas que nos afetam com coisa que cabe aos outros resolver.

Nesse sentido, busco inspiração em pessoas que sempre dedicaram parte do seu tempo a causas da sociedade, como o empresário Jorge Gerdau, o sociólogo Betinho e a médica Zilda Arns, cujas contribuições são inquestionáveis.

No Brasil, infelizmente, ainda são poucas as pessoas que se dedicam à defesa de causas públicas, movidas pelo simples desejo de contribuir de forma desprendida para a construção de um mundo melhor, sem qualquer pretensão político-partidária.

É lamentável também constatar que muitas vezes essas poucas pessoas, por terem essa atitude são vistas erroneamente como pretendentes a cargos eletivos. 

Digo isso porque no meu esforço de contribuir como cidadão às vezes sou interpretado como postulante a algum cargo público. Isso é uma incompreensão que contribui para desestimular a participação cidadã, criar um clima de animosidade com a classe política e para enfraquecer a força da sociedade.

Precisamos incentivar a formação de lideranças civis e alargar os espaços para a sua atuação. Somente através de uma educação para a cidadania e do fortalecimento dessas lideranças cidadãs poderemos construir uma consciência de coletividade. A exemplo do que estamos vendo no comportamento do povo japonês, diante da catástrofe que atingiu seu território.

As movimentações que vêm ocorrendo no mundo árabe são um exemplo da força que emerge da sociedade pela vontade de participar e de influenciar os rumos de seus países. Essa é uma tendência que vem ganhando expressão e se expandindo por todo o mundo.

A prática da cidadania responsável é uma via de mão dupla. É necessário que cada um faça a sua parte para poder exigir que os outros também façam a sua. Em outras palavras, trata-se do cumprimento dos deveres e dos direitos do cidadão, condição indispensável para a vida democrática em sociedade.

O exercício da liderança cidadã, destituída de intuitos político-partidários, confirma e renova esses conceitos basilares de cidadania e se enriquece com o ferramental disponibilizado hoje pela evolução das tecnologias de informação e comunicação.

Para que a preocupação com a coletividade se torne um valor permanente na nossa cultura temos que tratá-la como um componente transversal das nossas atividades educacionais, na família, na escola, no trabalho, nos logradouros públicos, nas mídias, enfim, em todas as esferas do convívio social.

Fonte: Roberto Macêdo é Empresário - roberto@pmacedo.com.br



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Natureza e humanidade
 Geuza leitão

Toda e qualquer sociedade humana, em todo o tempo e lugar, apresenta muitas dimensões onde encontramos elementos complementares e antagônicos, esbarrando na cooperação e na competição, na solidariedade e na individualidade, na compreensão e na discriminação, na benevolência e na crueldade, onde encontramos os conceitos de bem e do mal, de certo e errado. 

Em algumas sociedades o homicídio era encarado como um valor positivo. Entre os povos mexicanos pré-europeus, a imolação de crianças e virgens, um imperativo religioso. O parricídio (quando o velho não podia mais acompanhar o grupo) entre os esquimós era ritual normal. Contudo, também haviam práticas condenadas como Órion foi punido não por abater animais selvagens, mas por se exceder em práticas sangrentas e na defloração violenta de mulheres. 

Orfeu foi punido por sua doçura, por seu amor eterno a Eurídice e por viver em paz com os animais. É que para os gregos o pecado vinha da hibris, ou seja, do excesso. O Ocidente também arrasta atrás de si uma pesada história de violências. Para os físicos gregos tudo constituía natureza: os seres humanos, os não-humanos e os deuses.

0s sofistas e Sócrates é que deslocaram o objeto da filosofia como um todo para o ser humano. "Conhece-te a ti mesmo" (Sócrates) "O homem é a medida de todos as coisas" (Protágoras)."Muitas coisas são admiráveis, mas nenhuma é mais admirável que o homem" (Sófocles na tragédia Antígona). 

Não obstante todas as culturas agredirem a natureza não-humana, aparecem nelas, quem a exalte e lute por defendê-la. Yañavelkia descobre a unidade de todos os seres viventes. Mahavira e Buda apresentam um caminho de salvação para todos os seres sencientes. 

No mundo helênico, Xenófanes de Cólofon desconfia da superioridade humana e declara: "Tivessem os bois, os cavalos, os leões mãos, e pudessem, com elas, pintar e produzir obras como os humanos, os cavalos pintariam figuras de deuses semelhantes a cavalos, e os bois semelhantes a bois, cada (espécie animal) reproduzindo a sua própria forma (Fragmento nº 15).

Geuza Leitão é presidente da União Internacional Protetora dos Animais - Uipa - geuzaleitão@bol.com.br


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Reprovação escolar


um mal em extinção 
Edgar Linhares                                                

Quando um aluno se matricula em uma escola, a família espera que ele estude regularmente, cumpra suas obrigações escolares e, ao fim do ano, seja avaliado e promovido.

Ao longo dos 200 dias de um ano letivo, a escola tem amplas possibilidades de identificar o problema que uma criança está enfrentando no seu desenvolvimento. E é isso, exatamente isto: a capacidade que a escola tem de perceber este tipo de problema de cada criança que distingue a escola competente da escola incompetente. A reprovação é o tipo de problema que não encontra justificativa, nem na cabeça nem no coração de um educador.

O professor deve identificar o problema que ele percebe como dificuldade do aluno na sua disciplina e conversar com a equipe de psicopedagogia sobre o assunto. O diretor, o orientador pedagógico, o psicólogo. 

Todos devem assumir a solução dos problemas do aluno, inclusive estabelecendo uma saudável cooperação com a família. Esta cooperação não pode ser colocada como denúncia disciplinar, mas como cooperação para

diagnóstico mais profundo. Por trás de uma dificuldade escolar, pode estar um conjunto de causas nem sempre muito explícitas e só a competência da equipe pode resolver o problema.

Na minha experiência de 20 anos como diretor de escola e de mais 40 de professor, somente uma única vez tive que reprovar dois alunos, ainda no início da carreira. Isto me levou a concluir que me faltara competência e experiência para evitar o infortúnio da reprovação. Meu erro foi fechar o problema dentro da relação entre aluno e professor e não estender a preocupação à família.

Modernamente, dispomos de uma plêiade de psicólogos e especialistas em psicopedagogia para ajudar as famílias e as escolas na orientação de crianças com problemas específicos de atraso escolar.

Entre 1967 e 1975, orientei uma escola em Fortaleza e dirigi outra em São Paulo. Nas duas, modifiquei o regimento para extinguir a reprovação escolar com extraordinário sucesso.

Esta experiência me mostrou que a reprovação é um mal em extinção, cujos remédios a ciência já criou: conhecimento da criança, dos seus problemas das suas angústias.

Mas é bom anotar: a escola não pode ser apenas uma sequência angustiante de aulas e mais aulas expositivas. Tem que ser um espaço onde o aluno se sente feliz. Para isso ela precisa muito mais do que apenas salas de aulas e horários intermináveis de discursos pedagógicos.

Uma escola moderna sem cinema, sem grêmio recreativo, sem programas de excursões, sem bibliotecas dinâmicas, sem revistas, jornais, computadores, grupos de arte, muito esporte, experiências de trabalho e de visitas a empresas e instituições... (tanta coisa boa...!) vai ser difícil ser o lugar ideal para os alunos do século 21.


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A lição de um povo  

Antônio Mourão Cavalcante

 A catástrofe que se abate sobre o povo japonês tem sensibilizado o mundo inteiro. De todos os cantos, um olhar de preocupação e medo. Uma sensação amarga e tétrica de fim do mundo. A um observador mais atento, chama atenção a maneira serena e solidária como aquele povo consegue enfrentar adversidades tão cruentas. Não se tem registrado cenas de pânico ou desespero.

O jornalista Philippe Mesmer, do Le Monde, radicado a muitos anos no Japão, conversou, num chat, com leitores franceses. Uma das perguntas insistentes foi: como o povo japonês consegue mostrar tanta coesão? Isso é fruto de treinamento? Preparação para enfrentar adversidades?

A resposta convida a uma grande reflexão: “Eu penso que eles reagem dessa forma por causa da educação. Desde pequenos, a escola lhes transmite o valor do grupo. Aprendem a fazer coisas juntos, a viver em grupo, a viver em sociedade. Pertencer a um grupo é importante na sociedade japonesa. 

E eu explico a calma, a ausência de pânico dos japoneses por esta educação que faz com que eles prefiram se mobilizar juntos, suportar juntos do que perturbar o conjunto da sociedade. Eu creio que existe uma forte coesão entre os japoneses.(...) E, até agora eu ainda não ouvi falar de movimento de pânico.”

Não desejo fazer comparações. Estas quase sempre são odiosas. Mas, como pauta do livre pensar, bem que poderíamos trazer o caso para a realidade brasileira. Será que - em nossas famílias, comunidades e sociedade – estamos construindo, com os nossos jovens, a busca de um “viver juntos”? Partilhamos sentimentos, sonhos, decepções e vitórias? Ou estimulamos a competição? O “levar vantagem em tudo”. O salve-se quem puder. O importante é ganhar?

No Japão, o povo soube construir uma nação, edificar um progresso fabuloso, onde tudo parecia extremamente adverso. E, agora, nessas horas de dor e mobilização, eles sabem enfrentar juntos e fazer da solidariedade sua força maior. Lembrei-me da música de Antonio Carlos Jobim (Wave): ”É impossível ser feliz sozinho!”

Antonio Mourão Cavalcante é Médico, antropólogo e professor universitário - a_mourao@hotmail.com 
(Fonte Agencia da Boa Notícia)

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Mais viúvas alegres

Antero Coelho Neto

Com o aumento constante da sobrevida humana e, mais nas mulheres do que nos homens, em todo o mundo (as brasileiras vivem 8,2 anos mais), temos, consequentemente, mais viúvas do que viúvos. E, como as condições sociais e trabalhistas também mudaram para melhor, não encontramos mais viúvas tristes e vestidas de preto como antigamente.


Claro que muitas sofrem uma saudade imensa com a perda do companheiro de muitos anos. Mas, pelos excelentes condicionantes de longevidade e de qualidade de vida, logo mudam, superam e passam a viver com satisfação, e muitas, com alegria.

Tenho analisado várias pesquisas realizadas por importantes organizações e as diferenças dos condicionantes de qualidade de vida, entre homens e mulheres, continuam grandes, principalmente em países da América Latina, Ásia e África. No Brasil temos melhorado, mas ainda é muito pouco. O nível de desigualdade de direitos entre os sexos ainda é muito elevado.

Os elementos ou fatores condicionantes da melhor qualidade de vida nas mulheres são comportamentais e sociais. Elementos bem conhecidos e destacados em todo o mundo, motivo de muita literatura internacional, de muitos poemas famosos e estórias pitorescas, vários são os comportamentos femininos que são destacados: maior capacidade de mudar, mais religiosidade e espiritualidade (compartilhar, doar, participar da vida familiar, aceitar), capacidade de solucionar problemas caseiros e dos filhos, maior facilidade em mudar de hábitos, praticam estilos de vida saudáveis, choram quando necessário e, mais importante de tudo, amam muito mais do que os homens.

Quanto aos elementos sociais tem sido destacado que elas sofrem menos acidentes de trânsito, participam muito mais dos eventos sociais, cantam em corais, dançam, jogam com grupos de amigas, frequentam academias, hidroginástica e outras coisas mais. E, além disso, com a morte do marido ficam livres de uma série de obrigações domésticas que eram muito cansativas e até traumáticas. E fica muito mais fácil viver.

Com muita frequência estou destacando esses fatos nas várias palestras que realizo para poder explicar “porque” as coisas acontecem diferenciando a qualidade de vida nos dois sexos. E, frequentemente, na presença de muitas mulheres, algumas viúvas, costumo brincar dizendo: “as mulheres estão matando tudo que é marido no Brasil”. Elas caem na risada e, certa vez, uma disse rindo: “Eu já matei dois”. Foi aquela gozação.

Mas falando sério e com muita ênfase: homens, vamos mudar, deixar de ser tão “machos”, amar mais e adotar comportamentos sem a vergonha de parecer mais “femininos”. Quanto mais cedo vocês assim fizerem mais anos de vida terão com melhor qualidade de vida. E elas ficarão viúvas sim, mas muitos anos depois. Com excelentes resultados tenho conseguido mudar e me tornado cada vez mais “feminino”. Perguntem a minha mulher.

Antero Coelho Neto é médico, prof. e presidente da Academia Cearense de Medicina - acoelho@secrel.com.br
Fonte: Agencia da Boa Notícia

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A MARCA DA LIDERANÇA
Honório Pinheiro


Diferenciar liderança de ‘chefia’ tem sido objetivo fremente das palestras motivacionais Brasil afora. É certo que muitas vezes o ocupante de um cargo de chefia é, também, um líder nato, no entanto, há ocasiões em que o ‘chefe’ mal disfarça o incômodo de ter, em sua equipe, um integrante cuja liderança natural atrai a admiração dos demais companheiros tornando-os, não raras as vezes, fiéis seguidores.
Mas afinal, qual a marca da liderança? Qual o conjunto de características que podem definir um líder?

Inicialmente pode-se determinar que o líder é alguém que, mesmo em uma função ‘básica’, diferencia-se dos demais não somente porque tem grandes ideias – embora estas sejam necessárias – mas fundamentalmente porque é um estrategista capaz de estabelecer um rumo que o leve à execução não somente de suas próprias ideias mas também das que forem lançadas por outros integrantes de sua equipe, afinal, é preciso ser um bom executor para que os planos aconteçam.

Humildade para reconhecer, valorizar e gerenciar talentos é outra característica relevante a um líder, pois aquele que teme o talento alheio jamais se destacará, uma vez que estará sempre gerenciando
equipes medíocres.

A competência gera credibilidade e esta se faz necessária não somente na capacidade técnica mas também na capacidade de desenvolver capital humano, ou seja, mesmo que um integrante da equipe não seja brilhante, esse líder será capaz de localizar pontos de melhoria e de integrar as potencialidades deste integrante às
necessidades da equipe, evitando as substituições que acabam por gerar gastos extras às empresas, especialmente nessa época de necessária formação dos nossos colaboradores.

Resumindo, um líder precisa ter senso de inclusão, de respeito à diversidade. Um líder tem coragem para experimentar e, experimentando com responsabilidade, terá condições de chegar aonde nenhum outro chegou, marcando não somente a sua própria história, mas também a de seus liderados e a de toda a sociedade, uma vez que ações inovadoras e firmes sempre passarão a integrar o fazer de outros.

Por fim, embora estejamos num momento histórico de desenvolvimento econômico, momento este que traz como diferencial a necessidade de formação de mão de obra especializada já que o Brasil corre o risco de um ‘apagão’ dessa mão-de-obra, um líder precisa enxergar além da certificação, valorizando também a experiência de quem ‘aprendeu fazendo,’ desse modo atenderá as três dimensões do trabalho – a ética, a estética e a técnica – e será um profissional inspirador.


Honório Pinheiro é Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do CE - (presidente@fcdlce.com.br)
Fonte: Agencia da Boa Noticia

Quem somos

JM JORNAL DO MUNICÍPIO - JM JORNAL DO MUNDO - Orgão Sócio-Cultural de Utilidade Pública em Defesa da Cidadania nos bairros e municípios brasileiros. Diretor–Editor–Responsável:José Mário Lima. Reg. Prof.12418 DRT-RIO. Secretário Geral – Gabriel Pontes.Designer Gráfico- Alice Farias Lima.Layout e Criação – Gabriel Pontes. Secretário de Edição: José Mário Lima.COLABORADORES: Colunistas :Celina Côrte Pinheiro,Nilmar Marques (Cap.Nil), Orion Lima, Santos Sá,Henrique Soares,Assis Brasil; JM Reportágens: (Equipe)Henrique Soares,Gabriel Pontes e Santos Sá; -JM Cultura:(Equipe)- Publicidade (JML) - Movimento Estudantil: Gabriel Pontes. JM Esportes: (equipe)- JM Literatura: Assis Brasil. Notícias dos Bairros: Henrique Soares,Amil Castro; Sociedade-artesanatos: Martha Lima.Culinária : Lili(Faraó-Cacoeiras-RJ). Correspondentes: Redenção: Nice Farias;Irauçuba: Swami Nitamo;Teresina e Parnaíba: Assis Brasil;Estado do Rio de Janeiro (interior): Nilmar Marques - Cachoeiras de Macacu: Paschoal Guida. Rio,(Capital): João de Deus Pinheiro Filho. *As opiniões emitidas em artigos assinados são da inteira responsabilidade de seus autores.